Você já deve saber que a arte e a cultura comumente têm seus conceitos distorcidos por uma ótica elitista, e que,

se deixadas nas mãos de quem não tá ligado nos nossos fundamentos, podem acabar virando ferramenta para que

o nosso povo não se reconheça nas próprias vivências, histórias e saberes.

Quem nunca ouviu que “funk não é música” ou “isso é estética de pobre”?! Entre tantas outras afirmações que buscam anular nossa existência, essas frases reforçam o que a gente já sabe: quem entende da favela é o favelado, e nós também entendemos de arte e cultura.
Por isso, esse eixo é um elemento central para a promoção das mudanças e transformações que buscamos para a favela e para o mundo.

Para nós, promover arte e cultura da favela para

a favela é mais que resistência.

É dar voz, corpo e identidade para uma juventude que é cada vez menos estimulada a sonhar. Sem dúvidas, esse é um espaço de lazer, mas também uma escola. É onde colocamos nossa oralidade ancestral em prática, com afeto, com respeito e, acima de tudo, admiração por quem somos, pelo que construímos e por toda a contribuição cultural e artística que oferecemos ao mundo. Construímos o cuidado, o respeito, valorizando a autonomia, combatendo o racismo

e as desigualdades. 

Para a Movimentos, uma organização de direitos humanos que trabalha temas tão densos, produzir arte e cultura é gritar pro mundo que a cultura da favela é viva, pulsante e que queremos um futuro onde nossos encontros não sejam para protestar a morte de um jovem, e sim, cada vez mais para celebrar sua vida, sua existência e toda sua potencialidade.

A arte de favela vive e se movimenta!